Eu sempre tive certeza de que ser princesa era extremamente chato e cansativo. Talvez seja por isso que nunca gostei de “A Bela Adormecida” ou “Cinderella”. Eu sempre preferi Mulan e Atlantis, onde os personagens principais eram um pouco mais ativos – uma vez eu fingi ser a Mulan em uma festinha de escola. Era estranho, porque de repente todos me perguntavam se eu sabia Kung Fu. A propósito, não, eu não sei.

Portanto, como eu tinha esse pensamento infiltrado em minha mente, abri o livro “A Seleção”, de Kiera Cass, esperando ler uma estória chata e monótona de princesas. Não imaginava qual surpresa me esperava quando a personagem principal é uma garota extremamente centrada e responsável, com alguns problemas nas costas desde cedo.

A Seleção é um livro que engloba um romance fofinho, mistura aspectos do nosso mundo com este outro universo e ainda lida com problemas sociais, como a dificuldade em confiar e ser confiada.

A Seleção conta a história de America Singer, uma garota de 16 anos de família humilde e com uma personalidade forte. A sociedade é dividida em 8 castas, sendo que a partir da casta 05 as pessoas são vistas como meros empregados. America Singer veio da Casta 05, a casta dos artistas, e seus pais e irmãos trabalham o dia inteiro para conseguir ter o que comer no jantar - ela vivia uma realidade dura e complicada, além de namorar em segredo Aspen Leger, um membro da Casta 06.

Porém, o mundo de America vira de cabeça para baixo quando o palácio anuncia que haverá a Seleção, que nada mais é do que um “sorteio” – sorteio o qual tem olhos e perspicácia – entre as melhores mulheres de Illéa que tenha entre 16 a 20 anos, para ser a futura esposa do Príncipe de Illéa, Maxon Calix Schreave. Devido à pressão de sua mãe e de seu namorado, ela resolve se inscrever na Seleção, sem nenhuma esperança. Contudo, como vocês já devem ter adivinhado, America Singer foi uma das 34 garotas sorteadas.

Sem nenhuma outra opção melhor, America continua com a competição, e irá passar algum tempo no Palácio Real, até que o príncipe escolha quem será sua esposa. O maior motivo de America estar na Seleção é o dinheiro que ajudará sua família, pois seus pais ganharão uma boa quantia de dinheiro para cada semana que ela passar no Palácio. Eu ri quando percebi que a opinião de America sobre príncipes e princesas era parecida com a minha: membros da realeza desconhecem o próprio país, vivendo em uma prisão de mármore.


Só que durante sua estadia no palácio, America acaba se envolvendo com os mistérios e problemas que rondam o palácio, e se descobre cativada pelo príncipe, o qual sempre desprezou – tornando sua cabeça uma loucura, porque de repente ela viu suas ideias ruírem, viveu e percebeu na pele que a vida no palácio não é tão moleza quanto imaginava.


Eu recomendo esse livro para todos – embora eu tenha uma impressão de que meninos não irão gostar muito, mas sempre há exceções - pois é uma história bonitinha e Cass tem um jeitinho de escrever que cativa os leitores. Aqueles mais fãs de romance irão achar A Seleção uma história maravilhosa, eu tenho certeza! Com 336 páginas e uma linguagem bem simples de entender, é uma boa pedida para um dia chuvoso ou aquele dia que você simplesmente quer passar horas lendo.


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